Novos olhares sobre a
Avaliação
· Porque é tão difícil mudar a imagem da avaliação como uma prática
perversa de seleção e exclusão em escolas e universidades;
Os pesquisadores que criaram o
conceito de sucesso e fracasso escolar são muito questionados. Um dos episódios
mais contestados é o vestibular, pois crianças e jovens sofrem muita pressão
para esta seleção e durante esse período cresce as insatisfações com a forma de
avaliar, a qual é muitas vezes injusta.
Existem diversos exemplos de práticas
avaliativa inflexíveis em escolas e universidades, as quais demonstram que
muitas vezes que o fracasso surge a partir das instituições e não do educando.
Pois a escola passa a ser fracassada porque não exerce uma ação educativa de
respeito e acompanhamento do desenvolvimento do aluno, em muitas vezes.
Para a autora, alguns princípios
fundamentam práticas avaliativas. São eles: o comprometimento dos educadores e
das escolas com os juízos de valor emitidos e as decisões que tornam em relação
as possibilidades e necessidades de cada estudante; o respeito às diferenças
entre alunos; a permanência do aluno na escola como direito do estudante e
compromisso da escola.
· Serão os professores os responsáveis pelos fracassos dos alunos?
Todo educando precisa entender que
ele é responsável pelo juízo de valor sobre o educando, porém é difícil para o
educador perceber tudo que implica os resultados dos estudante. Mas, para
Hoffman, ao analisar uma atitude do estudante, revela também o seu valor moral,
seu significado de compromisso, obediência participação. Pois, em muitas vezes,
ele está tão certo daquilo que o aluno parece estar a demonstrar que não
percebe o contrário.
De certa forma, o professor participa
dessa conceituação, e é adequado, que queira ou não, a construção de uma
realidade escolar que seleciona e até exclui seus alunos. Para o professor tornar consciente do seu
envolvimento e do seu compromisso, Piaget, relata que temos que enfrentar
obstáculos para que tomemos consciência do que estamos fazendo, com isso, em
relação a avaliação, os professores estão cada vez mais convencidos que possuem
um grande compromisso com os alunos.
·
Porque os alunos diferentes são
considerados incapazes? Como levar os professores a novos olhares sobre essas
“diferenças”?
As diferenças dos educandos muitas
vezes são desrespeitadas dentro das escolas e universidades na prática
avaliativa. Fundamentações sobre as
práticas avaliativas de professores, trazem a ideia de alguns procedimentos
avaliativos que o aluno que não cumprir o padrão é punido e o que estabelecer é
premiado. Mas, a tendência é que todas
as escolas tornem a educação iguais para todos.
O professor, em avaliação, muitas
vezes, não da muita importância para as ideias da criança, centra-se apenas em
suas próprias ideias, com isso, o aluno
fica sem oportunidade.
Precisa-se compreender cada aluno e
para isso, deve-se conhecer sua história e condições de existência, pois os
alunos no decorrer de sua vida, é surpreendido com diversas vivências. Os
estudantes necessitam de atenção, para que as etapas de sua vida os levem as suas conquistas.
O fator mais sério da prática
avaliativa é a classificação precoce de muitos alunos em excluídos ou
especiais. Porém, os professores contribuirão quando olharem para seus alunos
com respeito, mostrando que os admiram, e não apenas buscar meios para
compará-los.
· A
competitividade, na escola, não estaria preparando os estudantes a viver em
nossa sociedade, altamente competitiva?
De acordo com a autora, a
competitividade na sociedade, também vem desde a formação na escola, pois,
algumas atitudes de estudantes desde cedo, faz refletir sobre o assunto. Como,
por exemplo, aprendem a valorizar os que “sabem” e os que não “sabem”.
Algumas escolas, criam estratégias
para tornar os alunos mais unidos e solidários, porém algumas práticas mesmo
assim, despertam no aluno a competição. Com isso, os alunos que possuem mais
dificuldades adotam o silêncio como forma de não serem rotulados como fracos.
·
Como respeitar a história de cada
aluno e acompanha-lo em suas necessidades, pressionados pelo pequeno número de
horas/aula e muitos alunos por sala?
Respeitar o aluno significa ter
sensibilidade sobre o momento de cada um deles. Deve-se analisar a aprendizagem
levando em conta os conhecimentos que possuem, sua participação em atividades e
sua rotina escolar. Para a autora, o tempo, no processo avaliativo, concebido
como cumprimento de etapas sucessivas resulta em análises quantitativas sobre o
desempenho do aluno, destituídas da qualidade desse tempo percorrido em termos
de uma verdadeira compreensão dos assuntos trabalhados.
·
Fala-se em um “possível” quando se
pensa em redesenhar a prática avaliativa em nossas escolas?
A prática de avaliação
classificatória, desde séculos atrás surge como um poderoso instrumento de
poder em todos os níveis de educação. A avaliação só perderá o significado de
controle quando estabelecer um caráter de reflexão e humanizador e um olhar
construtivo em avaliação tem ligação com o interesse do educador de fundamentar-se teoricamente e tomar
consciência sobre a realidade social.
Referências:
HOFFMAN, Jussara. Pontos & contrapontos: do pensar ao
agir em avaliação. 10.ed.Porto Alegre:Mediação,2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário