VERIFICAÇÃO
OU AVALIAÇÃO: O QUE PRATICA A ESCOLA?
O texto reflete sobre o equívoco presente em nosso cotidiano escolar entre classificar (exames) e avaliar (diagnóstico).
O texto reflete sobre o equívoco presente em nosso cotidiano escolar entre classificar (exames) e avaliar (diagnóstico).
Fenomenologia
da aferição dos resultados da aprendizagem escolar
Os
professores na prática da aferição do aproveitamento escolar realizam
basicamente três condutas: medida do aproveitamento escolar; transformação da
medida em nota ou conceito; utilização dos resultados identificados.
Obtenção
da medida dos resultados da aprendizagem
Na
prática escolar a aprendizagem é baseada nos resultados obtidos em mecanismos a
e instrumentos que levam o professor a medir o aluno, ou seja se o aluno
acertou o máximo de questões possíveis então ele terá mais pontos.
O
ato de medir é importante na prática escolar, não importando necessariamente se
essas formas de medidas têm as qualidades certas. O professor hoje necessita
medir porque a partir disso ele pode dar o próximo passo para da aferição da
aprendizagem.
Transformação
da medida em nota ou conceito
A
segunda conduta do professor é a conversão da medida em nota ou conceito, essa
transformação se dá por meio de equivalências simples entre os acertos ou
pontos obtidos pelo educando e uma escala, previamente definida, de notas ou
conceitos, essas notas e conceitos é o que caracteriza se o aluno aprendeu.
Utilização
dos resultados
Os
resultados dos alunos leva o professor a utiliza-los de variadas formas: apenas
disponibilizar nas cadernetas de notas, oferecer uma nova oportunidade aos que
não foram bem, observar as dificuldades e desvios dos educandos e decidir
trabalhar com eles para que, de fato, aprendam o que deveriam. A aferição da
aprendizagem na maioria das vezes é utilizada para classificar os alunos em
aprovados ou não e as vezes quando se possibilita uma revisão de conteúdos não
é para tentar levar uma aprendizagem ainda não obtida, mas sim tentar melhorar
a nota do aluno e aprova-lo.
A
escola opera com verificação e não com avaliação da aprendizagem
Na
maioria das vezes a prática educativa atua com verificação, são poucos os
professores que avaliam seus alunos. Com isso observamos que a classificação do
estudante prevalece e essa classificação apenas atribui notas aos estudantes
sem necessariamente configurar a aprendizagem deles, sendo incapazes de tirar
do processo de aferição as consequências mais significativas para a melhoria da
qualidade e do nível de aprendizagem dos educandos.
O
processo de aferição da aprendizagem é utilizado de forma negativa, onde os
estudantes passam a ter medo por causa de supostas reprovações e porque não se
obtém nada a mais que melhore o ensino e a aprendizagem. O trabalho com a
avaliação por outro lado proporcionaria um maior dinamismo e subsidia o
reencaminhamento da ação, ajudando para que os resultados desejados sejam
alcançados.
Encaminhamentos
Uso
da avaliação
Aqui
se propõe que a avaliação do aproveitamento escolar não seja apenas os
objetivos de aprovação ou reprovação do educando, mas que seja praticada afim
do aprendizado doa aluno. Daí fugindo do aspecto classificatório o professor
deve avaliar o aluno através: da coleta, análise e sintetizar, as condutas;
atribuir uma qualidade a essa configuração da aprendizagem; a partir disso
tomar algumas decisões sobre as condutas tanto dos discentes como dos docentes.
Padrão
mínimo de conduta
O
padrão mínimo não é a média mínima de notas usada hoje na escola, pois ela não
é verdadeira do ponto de vista d aprendizado do aluno. Os sistemas de notas não deveria existir e o
ideal seria uma aprovação ou reprovação através da aprendizagem dos
conhecimentos mínimos necessários que consequentemente desenvolve as
habilidades, hábitos e convicções dos alunos e isso é o mais importante.
Para
que essa média dê certo o professor deve planejar o que é esse mínimo, daí esse
planejamento tem que validar para todos os alunos e não apenas para alguns, com
isso só partiriam para um conteúdo novo quando atingissem o patamar desse
mínimo. Mas, não se pode admitir que os professores ultrapassem esse mínimo de
habilidades, conhecimentos e hábitos que delineiem as possibilidades do seu
desenvolvimento.
Estar
interessado em que o educando aprenda e se desenvolva
A
avaliação da aprendizagem só terá sentido quando se houver interesse que o
aluno realmente aprenda o que se estar sendo estudado, mas isso geralmente não
ocorre pois se investe muito pouco na educação. Além de que todos envolvidos à
escola interessam-se apenas na aprovação ou reprovação esquecendo-se que o mais
importante é o desenvolvimento do aluno e com esse tipo de sistema adotado a
avaliação não terá espaço.
Referências:
LUCKESI, Cipriano Carlos.
Verificação ou avaliação: o que pratica
a escola? In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed.
São Paulo: Cortez, 2011, p. 45-60.
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