terça-feira, 17 de novembro de 2015

Síntese - Seminário 3



PRÁTICA ESCOLAR: DO ERRO COMO FONTE DE CASTIGO AO ERRO COMO FONTE DE VIRTUDE

Discutiremos como os erros não devem ser castigados, mas abençoados como pontos de partidas para novas aprendizagens.



·         O castigo escolar a partir do erro

Desde séculos atrás dentro de instituições professores utilizam diversas formas de castigo como método de punir um aluno sobre um erro cometido. O grande problema é que essas punições às vezes se tornam exageradas por parte de alguns docentes, deixando traumas nos alunos entre o físico e o moral. Hoje, as formas de castigar não são mais como antes, porém elas ainda existem atingindo não imediatamente o físico do discente, mas a sua personalidade.
O castigo hoje se dá pelo clima de medo, tensão e ansiedade que os docentes criam entre os alunos. Como exemplo, repassar uma mesma pergunta entre todos os alunos deixando-os tensos em um deles ser o próximo, a principal intenção com esse método é de ridicularizar aquele aluno que não aprendeu expondo-o aos seus colegas. Mas, de acordo com o senso comum do magistério a vergonha e o medo pode servir como uma lição e como exemplo para aqueles que não aprenderam.
Uma modalidade diversa do castigo é a ameaça do castigo, quando o professor ameaça o aluno a futuras repressões caso os alunos não caminhem bem na aprendizagem. Ainda hoje, há outras formas sutis de se castigar, mas o castigo que vem de um erro marca o aluno tanto pelo seu conteúdo quanto pela sua forma, pois a partir do erro, dentro da escola, ele passa a se sentir culpado pela vida. Mas, temos que citar que nem sempre a escola é responsável por todo processo culposo que carregamos, mas ela reforça esse processo. Com isso, muito trabalho psicológico há de ser feito em crianças que passam por essa situação, para que o medo não contribua para que este jovem sejam impedido de seguir em frente.

·         As razões do uso do castigo

A prática do castigo se dá quando um sujeito (o aluno) não corresponde a um determinado padrão preestabelecido, merecendo ser castigado, a fim de que ele “pague” por seu erro e “aprenda” a assumir a conduta que se considera correta. Sendo assim o erro é sempre fonte de condenação e castigo, decorrentes de uma visão culposa dos atos humanos. A ideia de culpa nos acompanha desde que nascemos, pois segundo é descrito no texto bíblico em Genesis diz que Adão e Eva pecaram ao comer do fruto proibido e, por isso, foram castigados, sendo expulsos do paraíso, essa ideia ficou presente durante séculos de tal forma que até hoje todos carregamos fortemente um sentimento de culpa que nos causa uma limitação, isso implica que se  o erro fosse observado como fonte de virtude, sem nenhum preconceito, retirar-se-ia dele benefícios possíveis.

·         O que é erro?

Erro é a solução insatisfatória de um problema em que se tem uma forma considerada correta de resolvê-lo (um padrão), então sendo assim se não houver um padrão não haverá erro. Na metodologia da Ciência, para se produzir conhecimento utilizava-se o método da “tentativa do acerto e do erro”, essa caracterização do acerto e do erro é ampla e usualmente pode ser útil para expressar o esforço de alguém que busca por uma resposta. Fazendo dessa forma não existe um padrão que permita o julgamento do “acerto” e do “erro”.

·         O uso do erro como fonte de virtude

Se utilizarmos o erro como fonte de virtude não há como necessidade de castigar por causa de uma solução que não foi compatível. Os insucessos serão compreendidos como um trampolim para aquilo que se busca e reconhecendo a origem e a constituição de um erro, podemos superá-lo, como benefícios significativos para o crescimento.

·         O erro e a avaliação da aprendizagem escolar

Enfim, a avaliação da aprendizagem deveria servir de suporte para a qualificação daquilo que acontece com o educando, diante dos objetivos que se têm, e não deveria ser fonte de decisão sobre o castigo, para assim, a aprendizagem do aluno ser significativa e prazerosa.   

         
REFERÊNCIAS:

LUCKESI, Cipriano Carlos. Prática escolar: do erro como fonte de castigo ao erro como fonte de virtude. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22.Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 189-200.

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