PRÁTICA
ESCOLAR: DO ERRO COMO FONTE DE CASTIGO AO ERRO COMO FONTE DE VIRTUDE
Discutiremos como os erros não devem ser castigados, mas abençoados como pontos de partidas para novas aprendizagens.
Discutiremos como os erros não devem ser castigados, mas abençoados como pontos de partidas para novas aprendizagens.
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O castigo
escolar a partir do erro
Desde séculos
atrás dentro de instituições professores utilizam diversas formas de castigo
como método de punir um aluno sobre um erro cometido. O grande problema é que
essas punições às vezes se tornam exageradas por parte de alguns docentes,
deixando traumas nos alunos entre o físico e o moral. Hoje, as formas de
castigar não são mais como antes, porém elas ainda existem atingindo não
imediatamente o físico do discente, mas a sua personalidade.
O castigo hoje
se dá pelo clima de medo, tensão e ansiedade que os docentes criam entre os
alunos. Como exemplo, repassar uma mesma pergunta entre todos os alunos
deixando-os tensos em um deles ser o próximo, a principal intenção com esse
método é de ridicularizar aquele aluno que não aprendeu expondo-o aos seus
colegas. Mas, de acordo com o senso comum do magistério a vergonha e o medo
pode servir como uma lição e como exemplo para aqueles que não aprenderam.
Uma modalidade
diversa do castigo é a ameaça do castigo, quando o professor ameaça o aluno a
futuras repressões caso os alunos não caminhem bem na aprendizagem. Ainda hoje,
há outras formas sutis de se castigar, mas o castigo que vem de um erro marca o
aluno tanto pelo seu conteúdo quanto pela sua forma, pois a partir do erro,
dentro da escola, ele passa a se sentir culpado pela vida. Mas, temos que citar
que nem sempre a escola é responsável por todo processo culposo que carregamos,
mas ela reforça esse processo. Com isso, muito trabalho psicológico há de ser
feito em crianças que passam por essa situação, para que o medo não contribua
para que este jovem sejam impedido de seguir em frente.
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As razões do uso
do castigo
A
prática do castigo se dá quando um sujeito (o aluno) não corresponde a um
determinado padrão preestabelecido, merecendo ser castigado, a fim de que ele
“pague” por seu erro e “aprenda” a assumir a conduta que se considera correta.
Sendo assim o erro é sempre fonte de condenação e castigo, decorrentes de uma
visão culposa dos atos humanos. A ideia de culpa nos acompanha desde que
nascemos, pois segundo é descrito no texto bíblico em Genesis diz que Adão e
Eva pecaram ao comer do fruto proibido e, por isso, foram castigados, sendo
expulsos do paraíso, essa ideia ficou presente durante séculos de tal forma que
até hoje todos carregamos fortemente um sentimento de culpa que nos causa uma
limitação, isso implica que se o erro
fosse observado como fonte de virtude, sem nenhum preconceito, retirar-se-ia
dele benefícios possíveis.
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O que é erro?
Erro
é a solução insatisfatória de um problema em que se tem uma forma considerada
correta de resolvê-lo (um padrão), então sendo assim se não houver um padrão
não haverá erro. Na metodologia da Ciência, para se produzir conhecimento
utilizava-se o método da “tentativa do acerto e do erro”, essa caracterização
do acerto e do erro é ampla e usualmente pode ser útil para expressar o esforço
de alguém que busca por uma resposta. Fazendo dessa forma não existe um padrão
que permita o julgamento do “acerto” e do “erro”.
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O uso do erro
como fonte de virtude
Se
utilizarmos o erro como fonte de virtude não há como necessidade de castigar
por causa de uma solução que não foi compatível. Os insucessos serão
compreendidos como um trampolim para aquilo que se busca e reconhecendo a
origem e a constituição de um erro, podemos superá-lo, como benefícios
significativos para o crescimento.
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O erro e a
avaliação da aprendizagem escolar
Enfim,
a avaliação da aprendizagem deveria servir de suporte para a qualificação
daquilo que acontece com o educando, diante dos objetivos que se têm, e não
deveria ser fonte de decisão sobre o castigo, para assim, a aprendizagem do
aluno ser significativa e prazerosa.
REFERÊNCIAS:
LUCKESI, Cipriano
Carlos. Prática escolar: do erro como fonte de castigo ao erro como fonte de
virtude. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação
da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22.Ed. São Paulo: Cortez,
2011, p. 189-200.
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